segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

*Viva como as Flores*


- Mestre, como faço para não me aborrecer?
Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes.
Algumas são indiferentes.
Sinto ódio das que são mentirosas.
Sofro com as que caluniam.
- Pois viva como as flores, advertiu o mestre.
- Como é viver como as flores? - perguntou o discípulo.
Repare nestas flores, continuou o mestre, apontando lírios que cresciam no jardim.
Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas.
Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem.
Os defeitos deles são deles e não seus.
Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.
Isso é viver como as flores.

"O segredo da felicidade"


Certo mercador enviou seu filho para aprender o Segredo da Felicidade com o mais sábio de todos os homens. O rapaz andou durante quarenta dias pelo deserto, até chegar a um belo castelo, no alto de uma montanha. Lá vivia o Sábio que o rapaz buscava.
"Ao invés de encontrar um homem santo, porém, o nosso herói entrou numa sala e viu uma intensa atividade; mercadores entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena orquestra tocava melodias, e havia uma farta mesa com os mais deliciosos quitutes daquela região do mundo. O Sábio conversava com todos, e o rapaz teve que esperar por duas horas até chegar sua vez de ser atendido".
"O Sábio ouviu atentamente o motivo da visita do rapaz, mas disse-lhe que naquele momento não tinha tempo para explicar-lhe o Segredo da Felicidade. Sugeriu que o rapaz desse um passeio por seu palácio, e voltasse daqui a duas horas".
"Entretanto, quero lhe pedir um favor - completou o Sábio, entregando ao rapaz uma colher de chá, onde pingou duas gotas de óleo. - Enquanto você estiver caminhando, carregue esta colher sem deixar que o óleo seja derramado. O rapaz começou a subir e descer as escadarias do palácio, mantendo sempre seus olhos fixos na colher. Ao final de duas horas, retornou à presença do Sábio.
"Então - perguntou-lhe o Sábio - Você viu as tapeçarias da Pérsia que estão na minha sala de jantar? Viu o jardim que o Mestre dos Jardineiros demorou dez anos para criar? Reparou nos belos pergaminhos de minha biblioteca?
"O rapaz, envergonhado, confessou que não havia visto nada. Sua única preocupação era de não derrmar as gotas de óleo que o Sábio lhe havia confiado". - "Pois então volte e conheça as maravilhas do meu mundo - disse o Sábio - Você não pode confiar num homem se não conhece sua casa".
"Já mais tranquilo, o rapaz pegou a colher e voltou a passear pelo palácio, desta vez reparando em todas as obras de arte que pendiam do teto e das paredes. Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flôres, o requinte com que cada obra de arte estava colocada em seu lugar. De volta à presença do Sábio, relatou pormenorizadamente tudo o que havia visto.
"Mas onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei? - perguntou o Sábio".
"Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as havia derramado".
"Pois este é o único conselho que tenho para lhe dar - disse o mais Sábio dos Sábios.
- O SEGREDO DA FELICIDADE ESTÁ EM OLHAR TODAS AS MARAVILHAS DO MUNDO, É APROVEITAR TODAS AS COISAS DO MUNDO, MAS JAMAIS ESQUECER DE SEUS OBJETIVOS.
LEMBRE-SE SEMPRE DAS DUAS GOTAS DE ÓLEO NA COLHER..."

" Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe."